Porto Alegre.- Protesto anárquico na UFRGS11 contra o evento Pré COP30.A potência dum curto-circuito (Video + Nota)

Enviado a La Zarzamora

Um curto-circuito ocorre quando o trajeto percorrido pela eletricidade não encontra obstáculo que a dissipe, é um trajeto mais ameno para a corrente elétrica que flui intensa e livremente podendo provocar pausas, danos ou incêndios. O curto circuito pode acontecer por introduzir um objeto estranho ou também por sobrecarga do sistema.

A COP30 (a ser realizado em Belém do Pará no mês de novembro) evento internacional de grande magnitude, de bilionários gastos públicos em obras que não respondem a nenhuma necessidade real das pessoas, de gentrificação urbana e social, de uso descarado da floresta amazônica como cenário, é a super exposição de políticos maquiando a devastação da terra, uma vez que esse mega evento tem como um dos objetivos não-declarados promover a exploração petrolífera da Foz do Amazonas. O fato de que o governo esquerdista tenha criado dentro desse mega evento o rincão da inclusão, para fingir que leva em conta as palavras dos movimentos sociais, não afeta infimamente o grande intuito do evento: NADA em relação à terra. Apenas especulação e lobby político-empresarial. Nada além do truque mais engenhoso do sistema: incluir para apaziguar. Mais um mega evento cujos impactos esse território conhece bem.

Diante da realização da Pré COP30-RS, aqui na cidade de Porto Alegre, imunes aos discursos e práticas inclusivas (apaziguadoras) do sistema, nossa opção foi a Ação Direta. Mediante uma caminhada curta porém efetiva fomos juntando rebeldes até o Centro Cultural da UFRGS para apresentar uma crítica radical à devastação. Cartazes nas ruas, panfletos, faixas, gritos, rojões, quebraram o silêncio da indiferença social, da cumplicidade social, da passividade inofensiva, ancoras de qualquer possível mudança, também um galão de óleo se transformou no tapete de recepção do prédio para interromper, ainda que momentaneamente, um evento hipócrita. Um curto circuito na normalidade.

E para aqueles que ainda duvidam se a universidade é um espaço coletivo ou é mais uma engrenagem da dominação: Enquanto os governos, ONGs, cientistas e movimentos sociais se dispunham a servir de colchão de impacto para os empresários da devastação da Terra, serão apenas falsos criticos, e seus espaços, como a Universidade serão apenas os locais de iludir ingênuos com falsas mudanças sendo contraponto domesticado.

Desde Belém do Pará, cidade sede da COP30, Anarquistas tem lançado chamados, convites e incitações a agitar contra a COP, em sintonia resgatamos alguns trechos que nos parecem importantes: “Agir por conta
própria (…) Bloquear para avançar. (…) Romper essa atmosfera de consenso brando dentro do movimento ambientalista. A colaboração com os estados e as corporações só leva a piora da situação. Nossa única chance é construir um movimento que rejeite as estruturas responsáveis pela catástrofe: o capitalismo e o Estado. Por tanto é importante atacar esses eventos que foram criados para nos tranquilizar e desviar nossa atenção.”

Distanciamo-nos da esperança e estratégia focada apenas no movimento massivo, isso pode significar o imobilismo, ou uma espera eterna pelo “despertar social”. Uma interrupção, de poucas pessoas, num contexto determinado, pode ter consequências significativas, a relevância radica em gerar essa interrupção, em provocar um quebre na normalidade imposta, e isso é sempre necessário, por um lado para responder à opressão cotidiana e por outro lado porque essas irrupções representam possibilidades, e é possível atacar, interromper, sabotar, demonstrar nosso rechaço. Eis a beleza do curto-circuito: A passagem da corrente elétrica não encontra empecilhos, ela paralisa a máquina ainda que fugazmente.

Pelo Clima contra a Cop!
Que a luta seja contagiosa!
Que se espalhem as ações contra a COP de Belém ao resto do território em
conflito com o Estado Brasileiro!

Nota 1. O compa detido ao final do protesto, está livre e forte. E nossa solidariedade e apoio com todxs que lutam é mais do que palavra escrita.
Nota 2. Palavras dos cartazes e panfletos espalhado no protesto contra a COP30:

“Pelo Clima contra a COP! Desprezamos a farsa da Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, e todos seus cúmplices na continuidade da exploração da natureza, aos responsáveis pela crise climática e os que se recusam a confrontar o capital para eliminá-la.

A defesa do planeta não será através de acordos entre chefes de Estado e grandes empresários dispostos apenas às menores alterações em seus projetos de lucro e devastação. A vida livre corre outros caminhos. Defende a terra como território e não como um recurso a explorar!”

“Pelo clima contra a COP! 30 anos de farsa. Ano após ano, chefes de Estado, representantes de empresas ligadas às principais indústrias responsáveis pela devastação ambiental, cientistas, etc, se reúnem para compartilhar seus interesses capitalistas diante da crise climática e discutir as melhores maneiras para seguir explorando recursos naturais e camuflar as reações equivalentes às suas ações. Para fingir preocupação com as vidas e o meio ambiente, criam metas de faixada que sequer tratam de cumprir.

Muitas pessoas acreditam que seus representantes favoritos irão defender seus direitos de respirar e beber água, ou proteger as árvores de seu bairro, sem saber que lubrificam as engrenagens responsáveis pela produção de seus pesadelos, para depois consumi-los com gosto, mas nós não!

Te revolta contra quem ataca tua dignidade e sufoca tua liberdade, contesta o que te é empurrado goela abaixo. Desobedeça, sabota, boicota e, destrói os responsáveis pelo sofrimento e aprisionamento das vidas, a menos que confie em vilões, neste caso vote, e aguarde a própria extinção, assistindo o espetáculo macabro que prepara nosso fim.”.

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